terça-feira, 22 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Amigos
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."
(Oscar Wilde)
domingo, 30 de dezembro de 2007
LIMPEZA URBANA?
por peruano — Última modificação 28/12/2007 22:00
Para sociólogo, ação faz parte de uma política de “limpeza urbana”
Para sociólogo, ação faz parte de uma política de “limpeza urbana”
JORNAL BRASIL DE FATO
Eduardo Sales de Lima
da Redação
Em clima tenso, parte dos 4 mil moradores da favela Real Parque, zona sul de São Paulo, sofreram uma violenta reintegração de posse no dia 11. Um grupo bloqueou, por algumas horas, o tráfego na pista expressa da Marginal Pinheiros, uma das principais vias da cidade.
“A favela, que não possui uma associação de moradores, foi cercada, e os policiais tomaram todos os becos. Derrubaram os barracos com todos os objetos dentro”, afirmou Paula Tanaka, integrante do movimento hip-hop.
Segundo ela, a prefeitura de São Paulo mentiu quando informou que teria enviado uma representante para entregar o documento de reintegração de posse e que os moradores não a teriam deixado entrar na favela. “Ninguém da prefeitura propôs uma alternativa de moradia às pessoas, que estão sendo mandadas a albergues”, denunciou Tanaka.
O terreno ocupado pelas famílias pertence à estatal paulista Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (EMAE), que conseguiu na Justiça a reintegração. O mandado judicial foi expedido em 9 de novembro pelo juiz Edson Luiz de Queiroz, da 3ª Vara Civil do Fórum Regional de Santo Amaro.
“Limpeza Urbana”
Ao passo que a mídia corporativa destacava que a reintegração de posse e a manifestação dos moradores da favela Real Parque provocavam congestionamentos de mais de 30 km em toda capital paulista, o processo de reintegração se intensificava. A truculência da ação policial deixou diversos feridos com balas de borracha e estilhaços de gás lacrimogênio.
O bloqueio total da Marginal Pinheiros durou cerca de cinco minutos, tempo suficiente para que a polícia reagisse usando gás de pimenta. O capitão que comandava a ação negou a ocorrência de agressões e afirmou que o maior problema era a presença de mulheres e crianças. Gisele Vieira de Lima era um desses problemas do capitão. Foi ferida nas nádegas e na perna com balas de borracha e no joelho com estilhaços de bomba de gás lacrimogênio. Dentro da favela, os policiais alternavam momentos de ataque e de calmaria. De acordo com o sociólogo Tiarajú Dandréa, que estava presente no local, uma moradora da favela teve um aborto espontâneo em conseqüência da repressão policial.
Tiarajú seguiu com um grupo de moradores feridos da Real Parque até a Defensoria Pública de Santo Amaro para relatarem a repressão do Estado. Depois, foram até a 3ª Vara Civil do Fórum Regional de Santo Amaro para pedir um “ato desagravo” sobre a reintengração de posse e interromper a ação. Para ele, a ação faz parte de uma política de limpeza urbana, instituída pelo atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL), sobretudo na região sudoeste da capital paulista.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Reunião com EMAE pode definir o futuro da Favela Real Parque
Espera-se que as negociações caminhem para a revogação do pedido de reintegração e para contrução de um projeto de urbanização para favela Real Parque
Índios Pacararus que moram da favela Real Parque Protestam

Por Fábio Silva - Notícias Terra 17/12/2007
Um grupo de moradores da favela Real Parque fez um protesto no início da tarde de hoje em frente à Câmara Municipal de São Paulo. Eles reivindicam o fim da reintegração de posse do terreno onde fica a favela, da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), iniciada no último dia 11.
» Veja mais fotos
» Famílias são levadas a hotéis de SP
» Apresentado recurso contra manifestação
» Reintegração pega famílias de surpresa
» vc repórter: mande fotos e notícias
De acordo com a Secretaria das Subprefeituras, oito famílias foram levadas para dois hotéis da cidade, cinco pediram passagens de ônibus intermunicipais e 26 saíram do local antes do cadastramento ser finalizado.
Os moradores pedem ainda abrigo urgente para quem ainda está sem residência. Entre o grupo, estavam representantes da tribo Pancararu, que moravam na favela.
Os manifestantes têm uma reunião marcada para as 15h com o vereador Beto Custodio (PT).
O internauta Fábio Silva, de São Paulo (SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Manifestação dos Moradores
Fotos manifestação Favela Real Parque
Veja mais no site Mídia Independente
Por Comunidade do Real Parque 13/12/2007 às 12:01Fotos da manifestação ocorrida na quarta-feira na frente da Prefeitura de São Paulo em repúdio à reintegração de posse na Favela do Real Parque na terça-feira.
Manifestação Real Parque 1
Manifestação Real Parque 2
Manifestação Real Parque 3
Manifestação Real Parque 4
Violenta reitegração de posse
Senador Suplicy visitou favela e pretende conversar com prefeito
O PORTAL DE NOTÍCIAS DA GLOBO
Senador Suplicy visitou favela e pretende conversar com prefeito.
Desabrigados fazem ato solene nesta tarde na Câmara Municipal.


- » Mesmo após reintegração, moradores continuam no Real Parque
- » Veja imagens da Favela Real Parque um dia após reintegração
- » Após reintegração, terreno deve permanecer vazio e vigiado
- » Cerca de 70 famílias foram retiradas em reintegração de posse
- » Moradores resistem à reintegração de posse na Marginal Pinheiros
Parte dos moradores desabrigados na reintegração de posse da parte mais recente da Favela Real Parque, na Marginal Pinheiros, em São Paulo, estão dormindo na Escola Municipal de Educação Infantil Pero Neto, vizinha do terreno desocupado.
Colchões, colchonetes e tapumes foram colocados em uma das salas do prédio e 15 pessoas das cerca de 50 famílias desalojadas dividem o espaço. De acordo com o senador Eduardo Suplicy (PT), que neste domingo (16) esteve no local, a direção da escola autorizou a ocupação.
Na manhã desta segunda-feira (17), Suplicy entrou em contato com o secretário de Educação, Alexandre Schneider, para pedir que a diretora não seja punida por ter autorizado o uso de espaço sem ter consultado a coordenadoria regional de ensino. "Ela expôs que foi algo em uma situação de caráter emergencial. Não causou prejuízo a ninguém. Ela teve uma atitude solidária", resumiu Suplicy, que disse que a reação do secretário foi bastante positiva.
Após conversar com o senador, ele encaminhou um funcionário da coordenadoria regional para verificar a situação na escola. O G1 entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Educação, que ficou de se posicionar sobre o caso. Como possível solução para as famílias que ficaram sem teto após a desocupação do terreno, os moradores pedem espaço em um posto de saúde que foi construído no local mas está desativado.
Suplicy pretende conversar com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e com os secretários de Desenvolvimento Social, Habitacão, Justiça e Segurança Pública. "O mais importante é que haja um diálogo prévio antes da remoção feita de maneira tão repentina. Temos que evitar que façam isso na fase 2 e 3 da desocupação da favela", diz o senador, que acredita que o acesso a crédito para financiamentos de imóveis para pessoas de baixa renda pode amenizar a crise de moradia na cidade.


Para o carpinteiro André de Melo Araujo, 26 anos, mais conhecido como Cabelo, dormir na escola foi a solução para não ficar na rua. "Estou desempregado. Sai para fazer um bico às 4h45 na terça-feira (11). Quando voltei, não tinha sobrado nada do meu barraco", lamenta, referindo-se à rápida ação de reintegração de posse coordenada pela Subprefeitura do Butantã.
O terreno foi desocupado por determinação judicial baseada em pedido da estatal estadual Empresa Metropolitana de Águas e Energia, proprietária do terreno. Pai, ele deixou a filha de dois anos com vizinhos, e arrumou um espaço entre os colchões da escola. "Está todo mundo dormindo junto. É o jeito. O bom é que somos unidos."
Outro ocupante da escola, o pintor William da Silva Prudencio, 27, viu seu barraco ser destruído. "Tentei subir para salvar minhas coisas, mas, depois daquela confusão, a polícia não deixou mais", lamentou. "Perdi tudo. Agora é melhor dormir na escola do que dormir na rua."


Os dois barracos que haviam sido erguidos no terreno após a reintegração foram retirados e, nesta manhã, funcionários da empresa Reintegra levantavam muros para cercar a área. A Emae pretende deixar a área vazia e com seguranças para evitar novas ocupações.
Como alternativa para os que ficaram desabrigados, a prefeitura ofereceu vagas para parte das famílias em um hotel por 30 dias. Após o despejo, os moradores organizaram protestos em frente à Prefeitura, à Secretaria de Habitação e à sede da Emae. Um grupo procurou a Defensoria Pública e outro ficou de acionar a corregedoria da Polícia Militar para reclamar da ação de reintegração.
No dia, alguns chegaram a fechar a Marginal Pinheiros, provocando o pior congestionamento do ano de manhã na cidade. A polícia desocupou a pista utilizando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
Na tarde desta segunda-feira (17) o grupo pretende seguir em dois ônibus para a Câmara dos Vereadores para um ato solene agendado para 15h.


Ação da Defensoria Pública do Estado em favor dos moradores
Defensoria pede revogação da reintegração de posse de área ocupada pela comunidade Real Parque
(clique aqui para visitar o site da defensoria)
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo interpôs, nesta quarta (12/12), recurso que pede a revogação da liminar de reintegração de posse da área ocupada pela comunidade Real Parque, na marginal Pinheiros. O cumprimento da liminar com a retirada das famílias foi iniciado ontem, em parte da comunidade, e sua retomada ainda não tem data definida.
O recurso baseia-se na constatação de que famílias estão no local há mais de um ano e dia (e, portanto, o juiz não poderia ter concedido a liminar de reintegração de posse), na ocorrência, em alguns casos, de usucapião, e no fato de a ordem concedida pelo juiz não ter sido cumprida na sua totalidade, pois abrange uma área de 17.300 metros quadrados.
O direito à usucapião das famílias se baseia em documentos (conta de luz, certidão de nascimento, correspondências, etc) apresentados em atendimento na Defensoria que comprovam a residência desde 2002 no local, o que dá direito à usucapião do terreno, de propriedade da Empresa Municipal de Águas e Esgotos (EMAE). A EMAE, por ser uma sociedade de economia mista, tem natureza jurídica de empresa privada.
Além disso, a decisão que autorizou a reintegração abrange a área de 17.300 metros quadrados situada entre a margem do canal Pinheiros e a Rua César Vallejo (entre a Rua César Vallejo e a Rua Pedro Avancine, com a Rua São Paulo Antigo aos fundos). Segundo a defensora pública Carolina Pannain, o cumprimento da liminar na terça abrangeu parte do terreno em litígio, e há possibilidade de continuidade nos próximos dias, com a retirada das demais famílias.
Coordenadoria de Comunicação Social e Assessoria de Imprensa
imprensa@defensoria.sp.gov.br
Carta de apoio do Conselho Tutelar do Butantã
Conselho Tutelar do Butantã
"Em defesa dos direitos da criança e do adolescente"
Lei Federal nº 8.069/90 | Lei Municipal nº 11.123/91 | Decreto nº 31.319/92 |
São Paulo, 18 de dezembro de 2007
Carta aberta à população
O Conselho Tutelar do Butantã vem de público manifestar referente à ação de Reintegração de Posse do terreno na EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) entre os prédios do Real Parque e a Marginal Pinheiros que este órgão atuou na defesa de direitos de crianças a adolescentes, como por exemplo orientando aos moradores a não utilizarem-se das crianças para conseguir seus objetivos de adultos e assim, pondo em risco de vida aquelas crianças. Por outro lado, na reunião que aconteceu no dia 10/12/2007, na Subprefeitura do Butantã foi exposto que o Conselho Tutelar estaria à disposição de todos, como, aliás, sempre está, e ainda que a atribuição do Conselho era de fiscalizar a violação de direitos e representar os agentes violadores, desde família, prefeitura, policia, guarda civil, etc.
Durante a ação de reintegração, que não é de nossa competência afirmar se esta correta ou não, pudemos verificar ações que devem ser apuradas e os responsáveis serem penalizados:
- Não concordamos com as mulheres que com seus filhos fecharam a marginal assim também não concordamos com os policiais que usaram "spray de pimenta" e "gás lacrimogêneo" para tira-las de lá, assim, diante da ação conselheira as duas partes expuseram às crianças a risco,
- Não concordamos com os vários tiros com "bala de borracha" atirados contra as pessoas que estavam desmontado seus barracos e os funcionários que estavam demolindo, que reagiram lá de cima contra a ação violenta ocorrida na via pública e foram no máximo de seis a dez pedras e duas garrafas que foram jogadas na rua,
- Não concordamos também com a ação da polícia em frente aos prédios do Real Parque, fora da área de reintegração de posse,
- Em relação às vitimas, até o momento temos a informação concreta do adolescente Lázaro, que foi atingido por uma bala de borracha e da Sra. Maria Lucia, grávida de 8 meses, que foi levada ao hospital naquele dia, e que naquela mesma noite ela fingiu estar bem e saiu do hospital Campo Limpo, pois não sabia qual o destino de seus 3 filhos que ficaram em casa (que por orientação do Conselho Tutelar ficou sob os cuidados da Sra. Luciana, amiga e irmã de igreja) e até o dia 14/12/07, estava convalescida e com dores em casa sem nenhum socorro. Neste mesmo dia comunicamos à Coordenadoria de Ação Social e Desenvolvimento do Butantã, ao Posto de Saúde do Real Parque e a Supervisão de Saúde do Butantã.
Paralelo a este acompanhamento oficializamos:
- A Subprefeitura do Butantã, solicitando cópias do Mandado de Reintegração de Posse,
- A Coordenadoria de Ação Social e Desenvolvimento do Butantã, solicitando o arrolamento das famílias, detalhando se as crianças e adolescentes estavam matriculados em creche ou escola e qual o destino delas,
- Ao Comando Geral do 16º Batalhão da Polícia Militar solicitando esclarecimentos da ação,
- A EMAE solicitando informações das famílias, sobre o seu destino e acomodação dos pertences,
- A Secretaria da Saúde do Município de São Paulo, solicitando informações de quais pessoas foram atendidas pela SAMU, e
- A Secretaria de Habitação do Município de São Paulo solicitando informações sobre quais os procedimentos tomados para o cadastramento das famílias.
Reiteramos que o Conselho Tutelar do Butantã não deu apoio à ação de reintegração de posse, como foi publicado em vários meios de comunicação, mas esteve presente, fiscalizando, orientando e encaminhando as situações que até então chegaram ao nosso conhecimento .
Adilsom Aparecido Ferreira
Eliane Cristina Delphino da Costa
Ivani Terezinha Ferreira
Silvio dos Santos
Regina Garcia de Araújo
Conselheiros Tutelares do Butantã
Rua Salvador Risoléu, 231 – Jardim Peri Peri – São Paulo – CEP 05536-020
E-mail ctbutanta@yahoo.com.br - Fones (0xx11) 3746-6287 – FAX 3743-2090 – PABX 3742-7211 ramal 220